O Corinthians começa nesta quinta-feira (28) * a mudar de fato. Começa a ser votada a proposta de alteração estatutária, que vai mudar a forma como os conselheiros são eleitos e a própria composição do conselho. O mesmo vale para o mandato presidencial. Essa mudança vai impedir, ou pelo menos dificultar muito, que novos Dualibs apareçam.
A votação começará pelo Cori, um conselho de caráter consultivo. A eleição pelo Conselho Deliberativo será no mês que vem.*
Atualmente, o Corinthians tem 400 conselheiros, dos quais 200 vitalícios, 100 biônicos e 100 eleitos. O mandato é de quatro anos. O mandato do presidente é de três anos e pode se reeleger indefinidamente. Na eleição, a chapa mais votada faz todos os conselheiros, não importando se recebeu 50,00001% dos votos, ou até menos se houver mais de duas chapas na disputa.
A proposta mantém o mandato presidencial em três anos*, mas proíbe a reeleição – exceto a de Sánchez, que exerce um mandato-tampão.
No Conselho, as mudanças serão muito maiores. Os mandatos serão reduzidos para três anos. Acabam os biônicos. O número de eleitos sobe para 200. As vagas dos vitalícios serão reduzidas a cem, à medida que os conselheiros forem renunciando ou morrendo. Até lá não haverá promoção de conselheiros.
Quando houver, os vitalícios não mais serão indicados pelo presidente, mas poderão disputar livremente dentro das regras para a candidatura.
E nas eleições para conselheiros, a distribuição das cadeiras será proporcional à votação de cada chapa.
Muitas das medidas já vigoram há muito tempo em outros clubes. Mas a supremacia dos conselheiros eleitos sobre os vitalícios e, principalmente, a proibição da reeleição do presidente são raras ou inéditas.
Mas o principal ponto em discussão, o principal avanço, a eleição direta para presidente, ainda é uma dúvida.
Flamengo e Santos já fazem isso há muito tempo e nunca esses clubes foram abocanhados por manipuladores de votos, o temor dos favoráveis à eleição indireta.
* acréscimo/correção