O Palmeiras se diz cada vez mais seguro de que levará a melhor no caso de Thiago Neves. E prevê o desfecho do caso para o dia 10. O vento parece ter mudado de lado, mas, pelo andar da carruagem, esse prazo é otimista demais.
Thiago Neves assinou um pré-contrato com o clube paulista em agosto, e semanas depois assinou outro com o Fluminense. Disse estar arrependido do primeiro, como se pudesse fazer isso unilateralmente, ainda mais quando já tinha recebido R$ 400 mil adiantados a título de luvas, valor que nunca devolveu. O dinheiro virou uma BMW novinha.
Ambos os clubes disseram de início estar agindo assim porque julgavam que, findo o vínculo atual com o clube carioca no final deste ano, Thiago Neves ficaria livre. Ambos se baseavam na idéia de que o contrato do jogador com o Paraná, que termina no fim de 2009, era uma espécie de papel higiênico jurídico.
Explica-se: o clube, por um contrato à parte, cedeu parte do valor da multa do jogador e a gestãp de sua carreira a vários empresários, inclusive Delcir Sondas, sócio do grupo de supermercados, e ao empresário boleiro Léo Rabello. Esse grupo estava disposto a pagar ao Paraná apenas a parte da multa rescisória a que o clube tem direito e depois encaminhá-lo ao Fluminense. O Paraná era na história praticamente uma barriga de aluguel. E o então presidente José Carlos de Miranda parecia estar dando apoio aos cariocas.
Mas em novembro mudou o presidente do Paraná. O antigo, José Carlos de Miranda, terminou o mandato em meio a acusações de malversação do dinheiro do clube, feitas por conselheiros. O novo presidente, Aurival Correia, mesmo sendo da situação, mudou a administração.
Da mesma forma que mães de aluguel têm direitos, o Paraná foi atrás dos seus. Uma atitude foi investigar a gestão anterior, num processo ainda sem data para terminar. Outra foi enfrentar na Justiça os próprios parceiros. O clube conseguiu na Justiça do Trabalho o direito de receber o valor integral da multa no momento da rescisão. A Justiça decidiu que a divisão da multa entre as partes que loteiam o jogador não é assunto trabalhista e deve ser tratada depois.
A mudança de presidente também teria levado ao Paraná mudar de opinião sobre qual deve ser o destino do meia. O Palmeiras diz que conseguiu negociar um acordo com Aurival Correia para transferir o jogador.
Mas isso é muito pouco para ser a solução do problema. O Fluminense também possui trunfos. Um deles é a concordância da antiga diretoria. Dependendo de como foi feito o documento, o caldo engrossa de vez.
Se ninguém ceder, Thiago Neves pode ficar sem jogar.