O lateral-esquerdo do Real Madrid, o ex-tricolor Marcelo, pôs o dedo na ferida. Disse que o clássico Real x Barcelona é maior do que o Fla-Flu, Falou com a “otoridade” de quem já experimentou os dois clássicos.
Mas Marcelo se esqueceu que vivemos no mundo globalizado. A notícia correu o mundo e a esta hora a torcida tricolor já fez um milhão de bonecos de vodu com o nome dele.
Brincadeiras à parte, o assunto é sério. Por muitos anos, nos acostumamos a ter o maior estádio (Maracanã), a maior torcida (Flamengo), o maior clássico (Fla-Flu), o melhor Reffis, o melhor isso e o melhor aquilo do mundo. Só faltou, como dizia o Garrincha, combinar com os russos. Fora daqui, a opinião é muito diferente.
Em todo mundo, a fama dos brasileiros é de achar que são o melhor do mundo em muitas coisas. E, pior, defender isso sem fazer nenhuma pesquisa séria para comprovar. No máximo, um cálculo em cima dos joelhos.
Os brasileiros em geral têm uma cultura futebolística muito pobre. Um argentino, um espanhol, (inglês nem se fala, são uns doentes) conhecem muito mais sobre futebol de outros países (nem precisa ser do Brasil) do que os brasileiros. Quem já visitou outros países sabe do que estou falando. Aqui nos contentamos em conhecer o futebol brasileiro (quando não apenas o do próprio estado). E nos metemos a cantar de galo.
Sinceramente, não sei qual é o maior clássico do mundo (sem meter os brasileiros no assunto, Celtic x Glasgow, Manchester x Liverpool, Barça x Real, Boca x River, Fenerbahçe x Galatasaray e Porto x Benfica certamente estão entre os maiores). E nem imagino uma maneira de medir isso (somar o público de todos os clássicos, o de finais disputadas, há um monte de maneiras). Nem acho que seja minimamente importante.
Nessas coisas no futebol, não é preciso ser o maior. Basta ser realmente grande.